A Síntese Híbrida: Digital e Analógico em Diálogo

Meu trabalho estabelece um trânsito contínuo e fascinante entre o orgânico e o tecnológico, um pilar fundamental da minha técnica híbrida. As obras que apresento são o resultado de uma metodologia onde o gesto analógico — a pincelada, a tinta, o carimbo da memória física — é por mim capturado, digitalizado e transformado em pincéis, texturas e códigos visuais únicos. A arte, neste contexto, não é feita ou com as minhas mãos ou com o computador, mas sim por uma simbiose onde as ferramentas digitais (pixels, códigos) dão continuidade e nova forma às materialidades iniciadas no universo físico, criando uma experiência visual contemporânea complexa e rica em camadas.

• A Digitalização do Gesto e a Memória Visual
• O Valor Patrimonial Cultural na Era Digital
• A Singularidade da Poética: Orgânico e Tecnológico
• O Código Visual e a Coexistência de Tempos

A Digitalização do Gesto e a Memória Visual

Minha pesquisa propõe uma redefinição contemporânea de como o valor patrimonial cultural é gerado. Ao invés de meramente arquivar o passado, eu me concentro na digitalização dos gestos, transformando resíduos e fragmentos da vida cotidiana em memórias visuais ativas. Essa poética não se limita a representar, mas sim a reconstruir a realidade. É onde a tinta analógica, ao ser vetorizada e manipulada digitalmente, se torna um novo elemento de construção, mantendo a singularidade do meu traço manual, mas ganhando a multiplicidade e a precisão da lógica computacional. Este é o ponto de partida onde o físico se torna um dado, pronto para ser re-escrito por mim.

O Valor Patrimonial Cultural na Era Digital

O conceito de patrimônio cultural é por mim expandido em minha obra para incluir o digital, não apenas como um suporte de arquivo, mas como um espaço de criação e práticas valiosas. Ao criar novas materialidades a partir da digitalização, minha arte reflete sobre o futuro do patrimônio, reconhecendo que a experiência humana e suas expressões agora transitam e se manifestam no ciberespaço. Minha arte sugere que aquilo que construímos em nossa vida física — os resíduos e o cotidiano — encontra no digital um novo molde para a posteridade, garantindo que as texturas e os traços da nossa época sejam preservados e reconfigurados por mim para as futuras gerações.

A Singularidade da Poética: Orgânico e Tecnológico

A singularidade do meu trabalho reside justamente neste trânsito contínuo e não hierárquico entre o orgânico e o tecnológico. Cada obra atua como uma síntese desses mundos, onde elementos visuais nascidos de carimbos físicos coexistem com pinceladas que sugerem código e pixels. O resultado é uma rica tapeçaria visual que desafia o observador a distinguir a origem exata dos meus elementos, valorizando o efeito final. Esse diálogo constante impede que minha obra caia em um tecnicismo frio, pois o calor do gesto analógico (o carimbo da memória física) é essencial para estruturar a frieza potencial dos bits e bytes da lógica computacional.

O Código Visual e a Coexistência de Tempos

O código visual de meus trabalhos é o resultado direto da minha crença de que o passado coexiste em camadas com o futuro. Os fragmentos de texturas, memórias físicas e resíduos do cotidiano são as camadas do passado; a manipulação digital, a precisão do algoritmo e a reconfiguração de formas são as camadas do futuro. A técnica híbrida se torna o motor que permite essa coexistência temporal. Ao sobrepor e fundir essas materialidades distintas, minha obra não apenas registra a memória, mas também projeta um futuro onde a experiência cultural é inerentemente multifacetada e construída pela intersecção contínua entre o que foi tocado e o que foi codificado.

Convido você a conhecer meu portfólio onde existem memórias físicas e códigos digitais que se entrelaçam, em uma nova dimensão estética que venho desenvolvendo para compor o patrimônio cultural que contará sobre nossa caminhada em meio a uma revolução tecnológica nos meios artísticos. Venha desvendar as camadas do meu código visual.